Apenas mais uma sobre machismo ou o jogo que eu jogo todo dia

Em cena: Uma estrutura retangular também chamada popularmente de ônibus; aproximadamente 70 peças móveis também chamadas de passageiros. Uma missão: escapar delicadamente de ocasionais fricções (também chamadas de encoxadas), consequência do movimento constante do ônibus - ou do movimento de determinados passageiros, também identificados como homens sem o mínimo de respeito. Delicadamente sim, para que esse tal homem não saiba que você se incomoda bastante com esse tipo de comportamento e deseja seguir viagem em paz. Armas disponíveis: uma bolsa/mochila, um olhar feroz suficiente para afugentar e um cotovelo para evitar aproximação excessiva e demarcar território.

O jogo começa.

Ultrapassar a senhora com várias sacolas que tenta se equilibrar e usá-la como escudo. Tentativa falha, mais um movimento brusco que coincide com a freada repentina. Mais alguns movimentos que mais parecem emboscadas. Você está na metade do percurso e ainda não conseguiu salvar a princesa do castelo - que nesse caso é você mesma - e decide usar todas as armas de uma vez: mochila, cotovelo e de acordo com o nível de insistência, o olhar feroz. Este último parece funcionar para os quatro que estão no seu encalço agora. Sob o provável estigma de “sapatão”, você chega ao final do jogo, vencendo por W.O. Eles descem do ônibus.

Mas intimamente, a sensação é de xeque-mate.
 

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