Dor e alívio
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Unknown
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O sol tinia do lado de fora do carrinho vermelho, e o calor descia em forma de água da minha nuca até o meio das costas. Eu já olhava pouca coisa pelo meu traço de fotofobia e mais ainda pelo sono que venho acumulando a dias. E você também. Estamos nos destruindo pouco a pouco, deteriorando nossa juventude. Ah, como eu esperava por isso!...
Deixando a luz esvair por entre os fios dos teus cabelos, você claramente não parecia muito confortável ali, sozinho comigo, sob o sol das 14h30. Se distraia com o celular, provavelmente com o whatsapp que tinha abandonado dias antes. Foram momentos desesperadores.
Meu sono era de fato monstruoso. Mas eu não costumo descansar enquanto algo me incomoda. E ultimamente tenho cultivado a mania de não deixar nada pra trás. Isso ai ser importante no futuro, eu acho.
- Tua mãe não vai brigar?
Uma breve explanação sobre ela não só não brigar como apoiar totalmente uma mudança de curso, algo bem diferente da arte, algo que dê dinheiro. Normal. Se fosse meus pais, diriam o mesmo.
- E porque ainda não falou pra João?
Eu não costumo ter medo de você. Como amor incondicional da minha vida inteira até agora e com uma grande chance de ser até a minha morte, os teus momentos de reação adversa me são extremamente importantes. Quero cada um deles, e em abundância. Desse modo, tua resposta foi tão assustadora quanto surpreendente e acalentadora.
- Eu não sei nem o que eu vou fazer daqui a pouco, imagina se eu vou de fato sair da UFMA. Eu não vou dar um parecer sobre o qual eu não tenho certeza. Quando eu chamar e dizer, aí sim. Fica me perguntando o que eu vou fazer, quando eu vou fazer e eu nem sei de nada!...
Permanecemos uns poucos segundos um nos olhos do outro depois dessa fala. Pude notar alguns espasmos de alegria nas minhas pernas e lábios e observe o tempo passar fora do carro com dois olhos talvez chateados me encarando.
Fechei os olhos. Me aconcheguei mais um pouco no estofado do banco de trás. Precisava arejar a cabeça e pensar na resposta que eu ouvi para a pergunta que eu fiz.
Só eu sabia dessa decisão. Só eu talvez tenha algum poder pra mudar tudo. O fator dúvida aqui conta muito a meu favor. Se meu egoísmo não me vencer, pelo menos essa guerra interna ele ganha.
Mais ainda é isso. Talvez eu deva me agarrar a isso para mais tempo agarrando (no bom sentido da história).
Foi lindo demais e em alguns momentos parece que os únicos humanos da terra foi nós, aqui.
(Em algum momento de 2015)
Deixando a luz esvair por entre os fios dos teus cabelos, você claramente não parecia muito confortável ali, sozinho comigo, sob o sol das 14h30. Se distraia com o celular, provavelmente com o whatsapp que tinha abandonado dias antes. Foram momentos desesperadores.
Meu sono era de fato monstruoso. Mas eu não costumo descansar enquanto algo me incomoda. E ultimamente tenho cultivado a mania de não deixar nada pra trás. Isso ai ser importante no futuro, eu acho.
- Tua mãe não vai brigar?
Uma breve explanação sobre ela não só não brigar como apoiar totalmente uma mudança de curso, algo bem diferente da arte, algo que dê dinheiro. Normal. Se fosse meus pais, diriam o mesmo.
- E porque ainda não falou pra João?
Eu não costumo ter medo de você. Como amor incondicional da minha vida inteira até agora e com uma grande chance de ser até a minha morte, os teus momentos de reação adversa me são extremamente importantes. Quero cada um deles, e em abundância. Desse modo, tua resposta foi tão assustadora quanto surpreendente e acalentadora.
- Eu não sei nem o que eu vou fazer daqui a pouco, imagina se eu vou de fato sair da UFMA. Eu não vou dar um parecer sobre o qual eu não tenho certeza. Quando eu chamar e dizer, aí sim. Fica me perguntando o que eu vou fazer, quando eu vou fazer e eu nem sei de nada!...
Permanecemos uns poucos segundos um nos olhos do outro depois dessa fala. Pude notar alguns espasmos de alegria nas minhas pernas e lábios e observe o tempo passar fora do carro com dois olhos talvez chateados me encarando.
Fechei os olhos. Me aconcheguei mais um pouco no estofado do banco de trás. Precisava arejar a cabeça e pensar na resposta que eu ouvi para a pergunta que eu fiz.
Só eu sabia dessa decisão. Só eu talvez tenha algum poder pra mudar tudo. O fator dúvida aqui conta muito a meu favor. Se meu egoísmo não me vencer, pelo menos essa guerra interna ele ganha.
Mais ainda é isso. Talvez eu deva me agarrar a isso para mais tempo agarrando (no bom sentido da história).
Foi lindo demais e em alguns momentos parece que os únicos humanos da terra foi nós, aqui.
(Em algum momento de 2015)
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Unknown
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